domingo, 10 de fevereiro de 2008

NADA TEU

Não quero nada teu
a não ser tudo:
o aço mais temido
e o veludo
macio, apetecido
que sempre me prendeu.
Como vês, peço pouco:
as tuas horas de alma
mais íntimas, sagradas
longe da agitação
e aquelas madrugadas
que adivinho em sufoco
e só a minha mão
suaviza e acalma.

Quero o teu paraíso
mais secreto e remoto
quero o mar mais ignoto
que o teu sonho encontrou
e invadiu o teu riso
nesses raros instantes
em que se abandonou
ao deus dos navegantes.

Quero as tuas mentiras
cobardias, fracassos
os desatados laços
os nós inconfessáveis
abismos onde atiras
momentos de tortura
p’ra que a minha ternura
os torne suportáveis.

Não, não quero nada teu
que não me conte
a mais pura verdade
dos teus medos
a cor dos teus segredos
que não têm idade
o limbo, o gineceu
a primitiva fonte
que um dia te verteu
e deixou nos meus dedos
um gosto de saudade...

9 comentários:

Sofia K. disse...

UAU!
Gostei miúda... e se vai ter inéditos, melhor!

Vá continua que eu fico aqui à espera para ler!

Beijinhos e P*******!

Anónimo disse...

Excelente Blog Ana.
O título é fabuloso, a cor (adoro esta cor a que eu chamo Azul Quénia)e os poemas são magníficos.

Parabéns em duplicado pelo seu aniversário, hoje 11 de Fevereiro, e pelo novo blog.

ana v. disse...

Gosto de ter-te por cá, miúda.
Mas o que raio é P******?
Beijinhos


Obrigada, MA, pelas duas coisas. Também adoro esta cor, chamo-lhe Azul Leonor (a minha avó chamava-lhe assim, não sei porquê).
O Chagall e o Paganini também lhe deram graça, não acha? Parecem-me uma boa dupla.

Sofia K. disse...

Deve ser da idade que não percebeste... era PARABÉNS, mas discretamente!

LOL
beijinhos

ana v. disse...

LOL.

O******* pelos P******, miúda.

-JÚLIA MOURA LOPES- disse...

Bom Dia!

G***** !

muito fri****

ana v. disse...

Júlia, esta comunicação começa a ficar complicada...
LOL

Maria Oliveira disse...

Maravilhoso poema!

Parabéns pelo blog
Abraço

ana v. disse...

Obrigada, Paula. Seja bem vinda.