sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

BLIND DATE

Traz na lapela do sorriso um beijo
para que a minha pele te reconheça
E deixa que esvoace algum desejo
sobre o teu ombro, como uma promessa

Não faças nada do que combinámos
que eu quero descobrir-te lentamente
num jogo sem passado nem presente
futuro apenas, tal como o sonhámos

Liberta-te de amarras e feitiços
abre, por hoje, as asas de condor
Farei o mesmo. Seremos noviços

em claustros de silêncio e de esplendor
filhos de um deus que acolhe os insubmissos
virgens de medos e de toda a dor.

2 comentários:

Tangerina disse...

Olá miúda, sabes como eu gosto do que escreves e não sou suspeita, até porque com poesia sou esquisita... ou toca, ou não toca. Mas muita da tua poesia toca aqui no fundo... e fico a ler e reler... deleita-me!

Ponto um, a escolha dos títulos é minunciosa, não te ficas pela reprodução de um verso ou de palavras já usadas, mas renovas o poema. Sabes que costumo ler sempre os títulos no fim? Manias minhas...

Gosto dos teus 'esvoaçares', do teu ritmo 'lento' e 'compassado' e do 'voo dos amantes' nesses 'momentos' de amor, paixão e muito desejo!

beijinhos e desculpa o testamento

ana v. disse...

É um testamento precioso, porque eu sei que és uma boa e atenta crítica de poesia. E também sei que não dirias isso se não o pensasses.
Obrigada e um beijinho.