Amor? Não juraria...
E no entanto
cada centímetro de pele se reconhece
se anima, se festeja
nas mãos que, impacientes, se procuram
de esperar-se tanto
nos insubmissos braços que aventuram
enleios, golpes de asa
na noite que amanhece
e cada gesto é um chegar a casa
ao fim do dia
Mas não. Amor, não creio que seja...
Porém
um só olhar detém
o secreto poder do universo
quando o todo e as partes se refundem
o verso e o reverso
por mágicas artes se confundem
e num momento
o caos ganha sentido
e tudo fica bem
Mas amor? Ah, duvido...
Contudo
é ancestral o nosso entendimento
muito anterior a nós
esta pertença
transcende-nos a íntima harmonia
do rio que corre, lento
subterrâneo e mudo
de caudal indomável, que se adensa
num marulhar sem voz
que o só correr diz tudo
e vem o seu silêncio da memória do tempo
Amor? Não, não diria...
E todavia...
sábado, 2 de fevereiro de 2008
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