segunda-feira, 3 de março de 2008

ETERNOS RITUAIS

Percorro palmo a palmo o teu desejo
e palmo a palmo sinto-me vibrar
Primeiro, na lenta perfeição de um beijo
que nos acende o corpo, devagar
Tão devagar que sinto, mais que vejo
morrer na minha pele o teu olhar

Depois, nas mãos que inventam sabiamente
novos desenhos, esboços delirantes
Perdidos tempo e espaço, de repente
partimos à deriva, viajantes
Somos cinco sentidos, simplesmente
por novas dimensões alucinantes

E assim, de sal e mel embriagados
cumprimos os eternos rituais
E ao som de coros loucos, inspirados
dançamos com o vento nos trigais
Entre a terra e o céu entrelaçados
Senhores do Universo uma vez mais

Por fim, quando o desejo é já cansaço
e voltamos a nós, devagarinho
ancoramos na calma de um abraço
feito de gratidão e de carinho
Mas é prazer ainda quando passo
a mão no teu cabelo em desalinho...

(Les jeux interdits - guitarra e violino)

3 comentários:

Sofia K. disse...

Este é um meus preferidos, sem dúvida! Beijos

Anónimo disse...

Beleza, sensualidade e harmonia indescritíveis.

ana v. disse...

Obrigada, miúda.

E a si também, Romeu. Talvez possa ler este poema à sua Julieta...