segunda-feira, 31 de março de 2008

AMARGO MEL

Subitamente
a dor fez-se real
e depois de tão longa sonolência
pareceu-nos mais injusta
mais letal
mais crua
nesta nova transparência

Que força nos calou a voz outrora?
Que loucura parou o nosso abraço?
E que ironia transformou agora
neste nó cego
o sempre frouxo laço?

Tardio o olhar aceso
inconfundível
E o toque incandescente
pele na pele
Tardio o gesto novo
irreprimível
Tardia, inútil dor
amargo mel...

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Ana


Todo o blog é lindo.

Os poemas uma beleza, quase todos, e este quase não é de crítica, é só por me dizerem menos, sou mais emoção do que racionalização.

Um perfeito desperdício de tempo ainda não ter dado por este blog, só explicado com os problemas com que ando na Net.

Beijinho

ana v. disse...

Olá Marta,
Obrigada, fico contente por saber que gostaste. Criei este blog sobretudo para divulgar letras inéditas para música, mas acabou por transformar-se numa manta de retalhos. Quando eu mudar para o Sapo, em princípio deixa de fazer sentido porque tudo isto estará no novo site. Mas não é para já, ainda está tudo a ser reformulado.
Um beijinho e volta sempre.
Também passo lá no Claras em Castelo, mas não tenho comentado.