Na biblioteca do meu pai
em lugar de destaque, bem à mão
estão os mágicos livros (num eterno entra e sai)
de um Jorge sempre Amado, sempre lido
em cada geração
e estranhamente nunca proibido,
nem nos tempos da grande agitação
de quatro menininhas a crescer...
(e como então gostávamos de os ler!)
Com um mar, com um mundo de permeio
entre a pacata vila à beira Tejo
e esse imenso Brasil agreste e doce
viveu connosco sempre Jorge Amado
comeu, dormiu connosco, passeou-se
por mesas de madeira e azulejo
e camas vestidas de bordados
como se um de nós fosse...
Fez-nos chorar e rir em devaneio
sonhar, pisar areias sem idade
sentir os cheiros de sua cidade
embriagar de cores, de sensações
entre coronéis e "negas" dos sertões
e navegar a bordo de paixões
sem sombra de pecado.
Por tudo isto, querido e velho amigo
é com toda a ternura que te digo:
Em nome de nós todos, obrigado!
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2 comentários:
O Jorge também é um dos meus amados da mesa de cabeceira...
Gosto deste teu poema de amor!
É de amor mesmo, Sofia. E de gratidão, também, pelo escritor que me deu tantos momentos de sonho e que alargou os meus horizontes... adoro lê-lo, ainda hoje.
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