De tudo tivesse eu tanta certeza
como a de poder dar um novo desenho aos teus gestos,
um novo sentido às tuas palavras,
um novo rumo aos teus passos,
um novo riso à tua boca,
uma nova rota aos teus voos.
De tudo tivesse eu tanta certeza
como a de intuir a fórmula secreta
de um nós desconhecido
que ainda nos espera algures,
entre brumas.
De tudo tivesse eu tanta certeza
como dessa única certeza que tenho,
a de saber que os nossos caminhos vêm de longe
e não se cruzaram por acaso.
Tudo fosse tão tristemente belo como essa certeza,
e, mesmo escoando-se o tempo
sem que ela deixe de ser inútil,
o mundo teria, pelo menos,
alguma harmonia.
(Rachmaninov - Piano Concerto No. 2 in C minor)
5 comentários:
Sabes que às vezes me fazes lembrar a Cecília Meireles? Digo eu...
beijinhos
Isso é um enorme elogio, Sofia.
Gosto imenso da poesia dela.
Beijinho
Talvez essa certeza deixe de ser inútil um dia. Ou talvez já tenha deixado de ser inútil, quem sabe? A Ana, talvez, que escreveu estas palavras. A mim cabe-me tirar delas um ensinamento profundo: uma certeza destas não se desperdiça nunca, porque é preciosa demais.
Um abraço e continue a escrever assim para encantar quem a lê.
Belíssimo poema.
Gostei de abrir a porta desta casa azul com violinos no telhado.
Obrigada, Cristina.
Seja bem-vinda e volte sempre.
Essa sua fotografia podia ser o símbolo do meu Porta do Vento!
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