terça-feira, 8 de abril de 2008

GEOMETRIA DESCRITIVA

(Espiral: subs. fem. - linha curva, ilimitada, descrita por um ponto que dá voltas sucessivas em torno de um pólo e do qual se vai afastando progressivamente)

Há no sábio desenho dos teus braços
promessas de equiláteros abraços
triangulando em sugestão discreta
Catetos de perfeita geometria
a pedir-me que os una, na harmonia
daquela hipotenusa que os completa

Pouso o olhar exausto de alvoroço
na linha que define o teu pescoço
em caprichos de luz que me seduzem
e sigo-a até perder-se, sem defeito
na secreta penumbra do teu peito
onde todas as linhas me conduzem

E já rendida à estranha convergência
dispo a espiral que fui na tua ausência
e todo o meu cansaço se desfaz
No ângulo feliz do teu abraço
corro a acolher-me, enfim, fechando o espaço
À nossa volta, um círculo de paz


(Luciano Pavarotti & Nuccia Focile - Brindisi /La Traviata)

3 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre, lindo!

Anónimo disse...

Como sempre poesia magnífica, para alimentar a alma.
Este azul " Quénia", lindíssimo, que me luz o olho e Pavarotti para finalizar.
Estou deliciada!

MA

ana v. disse...

O Pavarotti torna tudo mais bonito, MA. E este azul Quénia que é o seu (e o meu) preferido, também ajuda à magia. Só truques, como vê...
;)
beijinho

E outro para si, Romeu.