segunda-feira, 15 de junho de 2009

HEI-DE FALAR-TE DA VIDA

Hei-de falar-te da Vida
com tantas e tais palavras
cada uma tão sentida
como essa mágoa que lavra
por dentro da tua voz
cada uma iluminada
por um poente de Agosto
que acenda, na madrugada
um sorriso no teu rosto

Hei-de contar-te segredos
guardados a sete chaves
que varram todos os medos
e arejem todas as caves
tão escuras, do teu olhar
e depois, a todo o pano
hei-de lançar um veleiro
no novo azul desse mar
alegre e aventureiro

Hei-de falar-te da Vida
dessa Vida que desponta
em cada morte vencida
em cada hora que conta
a partir de uma vitória
a partir da descoberta
de saber que há na memória
sempre uma ilha deserta
à espera de um marinheiro